Já se foram cinco décadas desde que Alcione deixou São Luís rumo ao Rio de Janeiro e imortalizou a música que se tornou um hino: Não Deixe o Samba Morrer. De lá para cá, a Negra Voz do Amanhã já visitou mais de 30 países e ganhou alguns dos maiores prêmios que uma artista pode alcançar, a exemplo do Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum. Em comemoração a estas e outras marcas, o Centro Cultural Vale Maranhão – espaço que integra o Instituto Cultural Vale – mergulhou na vida e obra de uma das maiores vozes brasileiras para a exposição Com Amor, Alcione!, que homenageia os 50 anos de carreira cantora. A mostra abriu ao público no dia 12 de fevereiro, em São Luís (MA), com entrada gratuita.
Na primeira exposição dedicada à cantora no Brasil, o roteiro conjuga a sambista que sobe as ladeiras do Morro de Mangueira, a amante do bolero que canta nos recantos chiques de São Paulo e a brincante que gira ao som das matracas do bumba meu boi. Na expografia, mais de 300 fotos do acervo de Alcione, figurinos emblemáticos de várias fases da Rainha do Brilho, discos e objetos pessoais.
O Maranhão está sempre presente, inclusive na expressão de sua religiosidade difusa, na forma de um altar construído com base nos relatos sobre as suas crenças. E o público também vai poder interagir com a obra da cantora, com uma jukebox em que os visitantes podem escolher a trilha sonora da exposição e soltar a voz no karaokê.
Todas as cores da Marrom estão presentes na exposição que tem a curadoria de Deyla Rabelo, Gabriel Gutierrez e Luciana Gondim. “Durante a pesquisa, fomos percebendo que a obra de Marrom é uma grande dedicatória ao amor e principalmente às mulheres. Tudo o que Alcione cantou e tocou foi dedicado. Assim, pensamos a exposição como uma dedicatória carinhosa que trata da obra e vida da artista. O visitante é convidado a sentir esse afeto e, por ele, entender a importância revolucionária da artista para a cultura maranhense, brasileira e mundial”, explica Deyla.