A partir de 26 de abril de 2025, o Instituto Inhotim apresenta uma nova exposição na Galeria Claudia Andujar, que agrega ao seu nome o termo Maxita Yano – “casa de terra” na língua Yanomami. Marcando os dez anos desde a sua inauguração, em 2015, a Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano recebe agora os trabalhos de 22 artistas indígenas da América do Sul, tratando de temas como o ativismo e a luta indígenas, o debate sobre imagem e fotografia, e as alianças entre diferentes povos. O conceito curatorial traz como proposta o diálogo entre Claudia Andujar e artistas indígenas contemporâneos, assim como uma nova expografia que pretende dar maior ênfase na potência política da artista.
Integram a nova exposição de longa duração obras de Denilson Baniwa (AM), Paulo Desana (AM), Edgar Kanaykõ Xakriabá (MG), UÝRA (AM), Tayná Uráz (RJ), Graciela Guarani (MS), Alexandre Pankararu (PE), Renata Tupinambá (RJ), Tiniá Pankararu Guarani (PE) e Hutukara Associação Yanomami, além dos nomes internacionais Elvira Espejo Ayca (Bolívia), Julieth Morales (Colômbia), Olinda Silvano (Peru), David Díaz González (Peru) e Lanto’oy’ Unruh (Paraguai).

Uma das principais fotógrafas de sua geração, Claudia Andujar (Suíça, 1931) tornou-se uma das vozes mais ativas na defesa dos direitos Yanomami. Em reconhecimento à relevância de Claudia Andujar para a arte brasileira, a galeria permanente dedicada exclusivamente ao seu trabalho foi inaugurada no Inhotim em 2015.
“A exposição Maxita Yano celebra os dez anos da Galeria Claudia Andujar no Inhotim, um espaço que se consolidou como referência na preservação e difusão da obra da artista, assim como na formação de um olhar amplo para a presença indígena no cenário artístico contemporâneo. Ao longo de sua trajetória, Claudia Andujar estabeleceu alianças fundamentais com o povo Yanomami, utilizando a fotografia como ferramenta de luta pela demarcação de suas terras e pela defesa de seus direitos. A nova exposição, ao colocar em diálogo sua obra com a produção de artistas indígenas contemporâneos, busca evidenciar a continuidade dessa luta e a importância das alianças para a construção de um futuro mais justo”, explica Beatriz Lemos, curadora da mostra. O projeto tem assistência curatorial de Varusa e contou com pesquisa de Douglas de Freitas, Marilia Loureiro, Deri Andrade e Lucas Menezes.
A familiaridade com o território Yanomami permitiu a Andujar registrar a vida indígena com sensibilidade e respeito, por meio de imagens que revelam a confiança mútua e a cumplicidade entre a fotógrafa e seus retratados. Na segunda sala da exposição, as obras de Andujar na região do rio Catrimani, onde passou longos anos em convivência com os Yanomami, e da artista Elvira Espejo Ayca, em sua comunidade natal, comunicam que a arte, neste contexto, não é apenas objeto estético, mas é presença e age como condutor de sustentação da memória e da identidade. Assim, a produção artística que emerge da conexão com o território torna-se elemento intrínseco do ecossistema, nutrindo-se de suas particularidades e, simultaneamente, contribuindo para sua preservação.

PESQUISA E RECONHECIMENTO
A exposição apresenta ainda a Sala Documental Claudia Andujar, que se dedica à pesquisa sobre Claudia Andujar, destacando seu papel como fotojornalista e ativista na defesa dos Yanomami. Com materiais provenientes de importantes acervos, como o Centro de Documentação Indígena (CDI) e o Instituto Socioambiental (ISA), o espaço traça a trajetória da artista desde sua atuação na Amazônia até sua influência no campo da arte e dos direitos indígenas. A mostra também revisita a história da própria Galeria no Inhotim, além de momentos marcantes da carreira de Andujar, ressaltando o impacto de sua obra como denúncia e reflexão sobre a representação da imagem.
SERVIÇO
Galeria Claudia Andujar | Maxita Yano
Exposição coletiva com Aida Harika Yanomami, Alexandre Pankararu, Claudia Andujar, David Díaz Gonzales, Denilson Baniwa, Edgar Kanaykõ Xakriabá, Edmar Tokorino Yanomami, Ehuana Yaira Yanomami, Elvira Espejo Ayca, Graciela Guarani, Joseca Mokahesi Yanomami, Julieth Morales, Lanto’oy’ Unruh, Morzaniel Iramari Yanomami, Olinda Silvano, Oneron Yanomami, Paulo Desana, Renata Tupinambá, Roseane Yariana Yanomami, Salomé Ohotei Yanomami, Tayná Uràz, Tiniá Guarani Pankararu e UÝRA.
A partir de 26 de abril de 2025, sábado
Em exibição por tempo indeterminado
Classificação indicativa: livre
Curadoria: Beatriz Lemos
Curadoria de Programa Público: Marilia Loureiro
Assistência curatorial: Varusa