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Os Paralamas do Sucesso faz show apoteótico no Allianz Parque e mostra porque é uma das maiores bandas de rock nacional da história

Os Paralamas do Sucesso fazem show apoteótico no Allianz Parque e mostram porque são uma das maiores bandas de rock nacional da história

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Mais de 40 anos de carreira, e ontem (31) foi o primeiro show solo que Os Paralamas do Sucesso fizeram em um estádio. O baterista João Barone não escondeu a empolgação em dado momento do show: “A gente esperava que fosse legal, mas não estávamos preparados para isso”. E, de fato, a noite de ontem foi mágica para todos os apreciadores do rock brasileiro surgido na década de 1980.

O trio formado por Herbert Vianna (guitarra e voz), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) subiu ao palco pontualmente às 21h de uma noite fria na capital paulista. O Allianz Parque lotado, com público formado em sua maioria por um perfil 40+, esteve presente para uma viagem no tempo, mas também para ter a certeza de que seus ídolos da adolescência continuam em forma e fazendo um dos melhores shows do país.

Os primeiros acordes de “Vital e Sua Moto” foram um chamado para os atrasados no corredor do estádio saírem correndo em direção à banda, que ofereceria uma noite catártica aos mais de 40 mil pessoas atentas à sequência de hits que viriam.

A longevidade dos Paralamas pode ser explicada pela química indiscutível do trio, que, embora sejam músicos e compositores de primeira grandeza na música brasileira, nunca sucumbiu à tentação de se tornar maior do que a própria música que faz. Na verdade, a música, a canção, a poesia sempre foram o principal na trajetória do trio carioca. E isso se reflete no tesão que os integrantes mostram no palco, tocando as mesmas canções que dominaram as rádios quarenta anos antes.

Pais animados tentavam explicar aos filhos o contexto de cada faixa em suas vidas, enquanto um Herbert Vianna perdido no tempo anunciava que tocaria canções recentes para, em seguida, mandar petardos românticos como “Aonde Quer Que Eu Vá” (2000) e “Cuide Bem do Seu Amor” (2002). Não deixa de ser poética a confusão, visto que, para a maioria dos presentes, esses hinos também representam uma suspensão no tempo para uma geração que viu o auge e o declínio do rock no mainstream e, com razão, sente um saudosismo do tempo em que havia espaço para trios de rock nas rádios.

Vale dizer que as canções mais políticas do grupo seguem fazendo todo sentido. E, se o roteiro do show tem poucas e programadas pausas para o vocalista pedir palmas e perguntar se o público quer mais, os discursos de “O Beco”, “Selvagem”, “Alagados”, “A Novidade” e “O Calibre” apontam para o engajamento ácido da banda em relação a um Brasil que se recusa a mudar.

A bateria de Barone e o baixo de Bi Ribeiro parecem ter sido inventados um para o outro. Se a bateria de Barone pesa, o baixo marcante de Bi acompanha; se o baixo suinga, a bateria dança. Os dois instrumentos se alinham sempre perfeitamente, seja quando a banda desfila sua fase ska e reggae, seja quando o rock cru domina.

Houve um momento solo para Herbert cantar “Quase um Segundo”, parte especialmente bonita do show, mas não tanto quanto a performance de “Lanterna dos Afogados”, quando o compositor pediu e a plateia obedeceu, levantando as lanternas dos celulares em uma ode à tristeza pedida pela canção do álbum “Bang Bang” (1989).

Para um show tão longo e de comemoração, talvez os fãs mais hardcore tenham sentido falta de faixas lado B, mas, em uma discografia tão extensa e cheia de hits, seria um pecado abrir mão dos sucessos justamente numa noite de celebração.

E não faltou a já tradicional homenagem ao ídolo Tim Maia. “Gosto Tanto de Você” virou porta de entrada para “Você”, e, no bis, ainda rolou “Sossego”, comemorada pelo público.

Para finalizar uma noite emblemática, Herbert convidou Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da Legião Urbana, e o cantor André Frateschi ao palco. Então, o rock pesou a mão de vez em “Que País É Este?”, seguida de “Should I Stay or Should I Go?”, do The Clash, uma das maiores influências da banda.

Se alguém pensou que lotar um estádio era sinal de despedida, Bi Ribeiro desfez qualquer dúvida, declarando ainda no palco: “A gente deve muito a vocês, e estamos renovando o visto para mais 40 anos”.


Setlist do show dos Paralamas do Sucesso no Allianz Parque:

  • Vital e Sua Moto
  • Cinema Mudo
  • Bora-Bora
  • Pólvora
  • Ska
  • Lourinha Bombril
  • Trac Trac
  • O Calibre
  • Selvagem (citação de Polícia)
  • Mensagem de Amor
  • Cuide Bem do Seu Amor
  • Expresso Oriente
  • Romance Ideal
  • Ela Disse Adeus
  • Lá Bella Luna
  • Cuide Bem do Seu Amor
  • Tendo a Lua
  • Aonde Quer Que Eu Vá
  • Lanterna dos Afogados
  • Quase um Segundo
  • O Amor Não Sabe Esperar
  • Será Que Vai Chover?
  • Assaltaram a Gramática
  • Você
  • O Beco
  • A Novidade
  • Melo do Marinheiro
  • Alagados
  • Uma Brasileira
  • Óculos

Bis:

  • Sossego
  • Perplexo
  • Caleidoscópio
  • Meu Erro
  • Que País É Este? (com Dado Villa-Lobos e André Frateschi)
  • Should I Stay or Should I Go? (com Dado Villa-Lobos e André Frateschi)

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Última atualização em: 3 de junho de 2025 às 0:44

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