O Colégio Presbiteriano Mackenzie em São Paulo já é conhecido por moer qualquer pessoa que não pertença ao perfil branco, hétero. Inclusive, há casos relatados de suicídio após bullying feito pelos alunos contra gays, agora, teve como alvo uma adolescente negra de 15 anos, aluna bolsista em São Paulo. Ela foi hospitalizada após sofrer violência psicológica e moral, incluindo racismo e homofobia. A jovem, do 9º ano, enfrentou bullying constante, com ofensas racistas e homofóbicas.
A advogada da família, Réa Sylvia, disse que a adolescente foi coagida por colegas a beijar um aluno no banheiro da escola. O ato foi filmado e usado como chantagem por outras alunas, que ameaçaram divulgar o vídeo.
“Ela escutava palavrões. Uma das palavras que era ouvida era que ela era igual um cigarro queimado, que ela tinha que voltar para a África e que ela era uma lésbica preta. Essa questão da homofobia que foi veiculado é pela ausência de um namorado. Então ela sofreu misoginia da própria infância, porque ela, sendo uma menina de 15 anos, para ser aceita teria que ter um companheiro do lado”, relatou a advogada.
A mãe da aluna alega que, antes de acionar a Justiça e a polícia, procurou a instituição diversas vezes para relatar os casos de racismo, bullying e homofobia, mas diz que nenhuma medida foi tomada. A instiuição só teria começado a dialogar com a família após a judicialização do caso. Procurada, o colégio Mackenzie afirmou que a aluna recebeu atendimento imediato do bombeiro civil e da médica pediatra, que foi encaminhada à Santa Casa com acompanhamento da equipe escolar.
O caso será investigado pelo Conselho Tutelar, Ministério Público e órgãos de proteção da infância e juventude. Organizações como a Educafro e a Rede de Educadores Antirracistas expressaram solidariedade à família da estudante e exigem ações do colégio. Até o momento, o Colégio Presbiteriano Mackenzie não se manifestou oficialmente sobre a identificação ou punição dos responsáveis pela gravação e divulgação do vídeo.
Em 2022, o aluno Luiz Eduardo , bolsista do PROUNI da Universidade Mackenzie, tirou a própria vida após sofrer bullying e homofobia por diversas vezes com anuência da instituição
Antes de partir, ele falou para a mãe que ia abdicar do sonho de cursar a faculdade de administração por causa das violências que sofreu. O Mackenzie nada fez para evitar que esse tipo de coisa se repetisse.