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Brasil e África devem estabelecer conexões para além do passado sobre a escravidão

Brasil e África devem estabelecer conexões para além do passado sobre a escravidão

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Depois de ler o livro “A África que ninguém te conta”, considerei-o muito pertinente e importante para o desenvolvimento do intelecto humano, em especial das crianças, que são o futuro. Todavia, o professor Odair Marques da Silva, no texto de apresentação incluso no livro, faz uma introdução ao continente-mãe (Africano) e insere um dado significativo ao citar que 56% da população brasileira se autodeclara negra, segundo estatísticas brasileiras.

O livro é produzido por uma escola da rede municipal de ensino da cidade de Osasco, no estado de São Paulo, de nome “EMEIEF Messias Gonçalves da Silva”, e versa sobre as práticas escolares e as normas descritas nas Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatórios os estudos sobre a história e cultura africana, afro-brasileira e indígena.

Iniciativas desse mesmo gênero precisam, cada vez mais, ser realizadas em palestras e/ou atividades escolares, para que as crianças e a sociedade desenvolvam formas de ser e agir diferentes, ampliando seus repertórios culturais. Como cita o Secretário de Educação, Prof. Cláudio Piteri, da Prefeitura de Osasco, no livro:

“Que esta obra sirva como um farol, guiando outras instituições educacionais, gestores, educadores e comunidades a abraçarem a diversidade e a história afro-brasileira, contribuindo para a construção de um mundo mais justo e inclusivo.”

Não poderia deixar de registrar e parabenizar a equipe gestora da escola e a Prefeitura da cidade de Osasco, por meio de seu prefeito Rogério Lins, por esta iniciativa inovadora. Este livro, nas mãos de cada estudante, educador e equipe escolar, simboliza a beleza e a importância do ensino e da aprendizagem, como diz o adágio etíope: “Aquele que aprende acabará ensinando.”

Nossa conexão com o continente africano vai além da herança de uma tenebrosa escravidão; é uma aliança inquebrável entre o passado e o presente de ação e reflexão. O continente africano exige de nós um sentimento de gratidão, respeito e muita admiração, comenta a professora Alessandra Cornaglia, Secretária Executiva de Gestão Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Osasco.

O objetivo de reconhecer e valorizar a presença africana por meio de práticas pedagógicas oferece oportunidade tanto para professores quanto para estudantes ampliarem suas concepções de mundo. Permite também perceber as importantes contribuições do povo africano na formação do povo brasileiro no cotidiano escolar, e nos mostra o quanto esses avanços são possíveis e necessários.


No Brasil, “admitir a diversidade étnico-cultural permite a valorização dos diferentes sujeitos que compõem a sociedade brasileira” e contribui também para a superação das práticas pedagógicas que têm reforçado a equivocada ideia de monoculturalismo na sociedade africana, conforme cita a professora Irandi Gomes da Silva, gerente de formação de diretores, no livro.

Neste sentido, recomendamos a leitura do livro “A África que ninguém te conta”, publicado pela Editora Eiros do Brasil, à sociedade, professores, alunos, intelectuais, jornalistas e demais interessados. A obra aborda hábitos, costumes, culturas e brincadeiras, sem esquecer de mencionar a boneca Abayomi, que precisa ser cada vez mais divulgada — como tem feito o escritor infantil brasileiro, baiano, designer e cantor Adilson Passos, com seu livro “As mulheres Abayomi”, lançado também na África, em Angola, no dia 1º de março de 2025, no Instituto Guimarães Rosa, na cidade e capital, Luanda.

Pelo fato de o Brasil ter sido o primeiro país do mundo a reconhecer a Independência da República de Angola, em 11 de novembro de 1975, e considerando que este ano completará 50 anos dessa existência — sendo o Brasil um país irmão e a nação mais negra fora da África desde os tempos remotos —, após visitar essa parcela de terra, durante minha estadia, vi e constatei muitas semelhanças entre os povos, tanto na forma de ser quanto de estar.

Bem haja!

*Texto por Ismael Farinha, produtor cultural, escritor e palestrante, residente em Luanda, Angola.

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Última atualização em: 10 de junho de 2025 às 10:57

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